quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

AVENTURA (PELOTAS): CERIMÔNIA DA MAIORIDADE

Ano de 1183.



Iweko I, Imperatriz de Rokugan.


Antecedentes

Por ordem da grandiosa Imperatriz Celestial Iweko I,  neste ano serão realizados dois torneios de Gempukku, a cerimônia da maioridade. O tradicional torneio de Topázio, no vilarejo de Tsuma no território Garça e o Torneio de Meyo, a ser realizado na cidade de mesmo nome.

Chamado extraoficialmente de "Torneio de Topázio de Meyo", esse torneio também visa revelar jovens promissores em suas competições e promover camaradagem entre os clãs. Ele difere no aspecto de que as provas não são individuais como no torneio de Topázio, mas executada em grupos, escolhidos por sorteio, para estimular a cooperação nas gerações futuras.

Além da fama e honra de vencer o torneio, os vencedores receberão como presente Imperial utensílios forjados pela família Tsi, conhecidos por sua excelência na fabricação de equipamentos para samurais.

Convites

Cada grande clã receberá alguns convites, as famílias imperiais um convite e os clãs menores negociarão entre si quatro convites. A exceção está nos clãs Leão, Louva-a-deus e Libélula, que receberão convites adicionais.

A razão destes convites adicionais reside na posição da cidade de Meyo.

Meyo foi fundada no ano de 1170, na borda entre os territórios Leão e Libélula. Historicamente, os dois clãs guerrearam por diversas vezes e para encerrar o conflito, Iweko I ordenou a criação da cidade, a ser administrada por um Magistrado do clã Louva-a-deus, uma vez que é dever do clã cuidar de terras que não são posse de algum clã. Camponeses e samurais do Leão e Libélula foram destacados para povoar a nova cidade e foram arranjados casamentos para criar laços entre os clãs. Recentemente, Meyo foi alvo de ataques selvagens de bandidos e o esforço combinado de um grupo de Magistrados Imperiais e samurais dos dois clãs encerraram a crise.

Para comemorar a primeira cooperação oficial entre os dois clãs, o torneio foi criado e os convites adicionais honram os envolvidos na limpeza da cidade.



Personagens

Os personagens serão participantes do torneio de Meyo. Se destacaram em seus treinamentos, o que fez com que seus Clãs os enviassem para competir. Como estão na idade de passar pela cerimônia de maioridade, devem ter entre 14 e 17 anos. Qualquer grande clã ou clã menor (com exceção do Javali) está disponível.  O grupo pode ter um personagem de família Imperial, se alguém assim o quiser. Um Ronin OU samurai do clã menor Javali no grupo também é possível, pois poderá será patrocinado por um dos clãs e receber um convite por razões a serem discutidas depois. Monges não passam pela cerimônia de maioridade como os samurais, logo este tipo de escola não é utilizável.

É interessante certa variedade no grupo. Eu recomendaria pelo menos 2 Bushi, 1 Cortesão e 1 Shugenja. Claro, se todos quiserem ser Bushi ou algo parecido não existirá problemas imediatos. Existe espaço para artesão ou ninja, mas não recomendo essas escolas pelas habilidades muito específicas que elas proporcionam.


FAMÍLIAS IMPERIAIS E CLÃS MENORES

Para finalizar as opções de personagens, as famílias Imperiais e os clãs menores.


FAMÍLIAS IMPERIAIS
 
Diferente dos grandes clãs, as famílias Imperiais não descendem dos Filhos de Sol e Lua, mas foram formadas a partir das primeiras tribos que juraram fidelidade aos Seres Celestiais que caíram em Rokugan e fundaram o Império. Essas famílias são funcionárias diretas do Trono e existem com o único propósito de servi-lo. Como tal, são extremamente respeitadas, estando acima de muitos samurais de grandes clãs.
 
Família Seppun
 
 
 
Miharu da Família Seppun.

Dama Seppun foi a primeira seguidora mortal do primeiro Imperador. Era considerada uma mulher sagrada em sua tribo. A atribuição de seus herdeiros é a de garantir a segurança do Escolhido dos Céus. Os Miharu, Guardiões, estão entre os melhores guarda-costas de Rokugan. Os Seppun também contam com a guarda escondida, Shugenja treinados para detectar feitiços feitos furtivamente e proteger magicamente o Imperador.

Família Otomo
 
 
Cortesã da família Otomo.
 
Foi fundada pela Dama Otomo, lendária em sua capacidade de coerção diplomática. Os Otomo são os cortesãos do Imperador. Quando é necessário discutir a paz entre dois clãs e garantir que o Trono seja propriamente honrado, esta família entra em ação. Ser alvo de um cortesão Otomo é um problema na certa, dada a enorme influência legal, política, cultural e econômica da família. O enfraquecimento político de um samurai, ou mesmo um clã inteiro é também parte de suas atribuições.

Família Miya
 
 
 
Emissário da família Miya.

Miya era originalmente um seguidor da Dama Otomo. Após o Dia do Trovão, evento onde o Irmão amaldiçoado dos filhos de Sol e Lua foi derrotado, Miya recebeu a função de espalhar a notícia por todo o Império. Ao executar seu trabalho com maestria, Otomo convenceu o Imperador a dar o status de família Imperial aos Miya. Até hoje eles executam o trabalho de mensageiros imperiais.
 

Clãs Menores
 
 
 
Samurai do Clã Lebre.

A criação de clãs menores costuma ser um evento relacionado a um período de instabilidade de um clã maior ou do Império. Clãs menores sozinhos não causam nenhuma mudança dramática, apesar de ocasionalmente um membro deles ter algum papel memorável em eventos maiores. Em termos de reconhecimento, são os "primos pobres" dos grandes clãs, mas ainda sim são samurais de clã, estando acima dos ronin.

Clã Boi
 
Um clã fundado durante a relativamente recente guerra dos espíritos por Morito, ronin do clã unicórnio e herói da dita guerra. Assim como seu clã "pai", o Boi é especializado em táticas de combate montadas. É um clã jovem e ambicioso, que procura por todos os caminhos possíveis acumular poder. Alguns anos atrás foi atacado por um inimigo desconhecido e boa parte da liderança do clã foi morta, inclusive o fundador. os samurai do clã Boi ainda continuam suas atividades, apesar dos problemas sofridos.

Clã Javali
 
Fundado por samurais que cuidavam de uma vila de mineração do clã Caranguejo que ficou bloqueada por muito tempo, o clã Javali sofreu muitos problemas em sua história, como desabamentos, terremotos, usuários de magia negra e espíritos malignos, até ser extinto completamente. Alguns ainda vagam dizendo serem descendentes do clã Javali, mas pouco existe para provar isso. Talvez a única comprovação seja o exótico estilo marcial da família Heichi, o único a usar a rara lança chamada Mai Chong numa série de movimentos altamente defensivos que levam a explosões inesperadas de ataques furiosos.

Clã Lebre
 
O Ronin Reichin foi instrumental na luta contra Iuchiban e seus pregadores de sangue, um grupo de usuários de magia negra que ameaçou o Império séculos atrás (e também recentemente). Como reconhecimento, recebeu o nome de família Usagi e o direito de fundar o clã menor Lebre. Uma outra honra foi a fundação da família Ujina, sendo Lebre um dos poucos clãs menores com duas famílias. O clã foi ameaçado de extinção várias vezes, por procurar os inimigos ocultos do Império. É um dos clãs menores com maior experiência em combate. Sua escola de bushi usa de velocidade e acrobacias para confundir seus inimigos.
 
Clã Libélula
 
Um clã fundado pelo amor de um samurai do Dragão e uma samurai-ko Fênix em detrimento de um casamento arranjado com um Leão. O Leão nunca esqueceu essa mancha e tentou destruir o clã menor algumas vezes, mas este é sempre auxiliado por seus "pais" do Dragão e Fênix. É um clã com pouco prestígio devido a sua filosofia de mudança de comportamento num Império preocupado com tradição. É um clã pacífico e seus Shugenja servem também de diplomatas ao clã Dragão.
 
Clã Macaco
 
O ronin Toku lutou por muitos anos ao lado de Toturi, que mais tarde viria a se tornar Imperador após o Segundo Dia do Trovão, menos de cem anos atrás. Por sua determinação e honra, recebeu de Toturi o direito de criar o Clã Macaco e a família Toku. Yasuki Garou juntou-se ao seu amigo e fundou a família Fuzake, sendo este o outro clã menor com duas famílias. A escola do Macaco é especializada em lutar contra múltiplos oponentes ou inimigos superiores, por sua elevada vontade de vencer obstáculos em nome do Império.
 

Clã Morcego
 
O clã mais jovem do Império, fundado por um Shugenja do Louva-a-deus chamado Yoritomo Komori, que tinha profunda conexão com os Koumori, espíritos morcegos nativos do reino do Chikushudo (uma espécie de dimensão alternativa regida por espíritos animais). Recebeu essa honra após prestar um serviço a Toturi III, último Imperador desta linhagem. O clã recrutou muitos Shugenja de locais variados e ainda está em processo de definir sua identidade.

Clã Papa-Figo
 
Tsi era um mestre ferreiro gaijin no início do Império, de grande renome, apadrinhado pelo Imperador da época. Após sua morte, sua família trabalhou diligentemente por mais de mil anos sem o reconhecimento que o primeiro Tsi teve, até que um dos mestres ferreiros da família forjou a nova espada Imperial  para a (já extinta) dinastia Toturi. Como recompensa, foram elevados ao status de clã menor e contam com uma escola de artesãos especializada em criar equipamentos de qualidade superior para samurais.

Clã Pardal
 
Fundando por Doji Suzume, que questionou em corte abertamente a utilidade da riqueza material de seu clã, Garça, e a razão de não se voltarem ao aprimoramento interior. O escândalo acabou fazendo com que Doji Suzume fosse convidado a se "retirar" do clã para iniciar o clã menor Pardal, situado numa colina de pouquíssima fertilidade e péssimo clima. Lá, seus poucos seguidores desenvolveram uma filosofia de pobreza honrada, trabalho extensivo para garantir a sobrevivência e uma escola de bushi voltada para estudar e aguardar os movimentos do oponente para desferir ataques precisos. O clima não permite que arte prolifere (pintura e pergaminhos são arruinados rapidamente pelo clima), então os Suzume se expressam por uma vasta tradição oral.
 
Clã Tartaruga
 
Fundado após a batalha do Cervo Branco, quando gaijin invadiram o império séculos atrás, o clã Tartaruga é encarregado de ser a voz política de clãs menores incapazes de participarem da Corte Imperial. Além disso, os samurais da família Kasuga partilham do fardo do clã Escorpião, atuando nas sombras para proteger o Império. Como tal, o clã conta com certa leniência por parte do Imperador, pois está envolvido em afazeres desonrados como o monitoramento de criminosos e de ameaças gaijin, efetivamente negociando com estrangeiros quando necessário.

Clã Texugo
 
Fundado por um poderoso Caranguejo que venceu uma competição de força na Corte Imperial. Assim como seus "pais", a família Ichiro do clã Texugo foca sua escola na proeza física, mas separa-se na ideia de que a força apenas é suficiente, sendo brutais e devastadores em combate. O clã está muito próximo de ser extinto, com suas terras devastadas por criaturas das Terras Sombrias e seus poucos membros espalhados pelo Império trabalhando como mercenários na tentativa de acumular capital e restabelecer o clã.


BONUS: CLÃ ARANHA
 
 
 
Samurai-ko do Clã Aranha.

É o novo grande clã, aceito pela atual Imperatriz, Iweko I, cerca de uma década atrás. Formado por Daigotsu, o filho perdido de Hantei XXXVIII, último Imperador da primeira dinastia do Império, ex-Pregador de Sangue e devoto de Fu Leng, o filho de Sol e Lua corrompido pelo Jigoku (Inferno).

Fu Leng é o inimigo tradicional do Império, tentando expandir o domínio das Terras Sombrias por toda Rokugan para uma era de eterna escuridão. Foi ele que causou os dois Dias do Trovão e é um tipo de Deus do Jigoku. 
 
Daigotsu inicialmente reuniu-se com os Pregadores de Sangue, samurais corrompidos pelas Terras Sombrias, Oni (demônios) e outros vilões para destruir o Império. Teve êxito de diversas maneiras, foi derrotado em certos momentos mas seus números cresceram. Destruiu a Capital Imperial, foi morto, ressuscitado sem a corrupção das Terras Sombrias e muitas outras estripulias.
 
 Quando Toturi III morreu sem deixar herdeiros, Daigotsu já havia feito fama no Império ao conter rebeliões e bandidos com suas tropas e havia feito petição para fundar o clã Aranha. Durante o Torneio Celestial para decidir o novo Imperador, Fu Leng manifestou seu apoio a Daigotsu. Ao vencer o torneio, Iweko I vislumbrou alguma verdade superior sobre o Clã Aranha e mais tarde o reconheceu como grande clã, com a condição de manter apenas membros livres da corrupção da Terra Sombrias. Secretamente, não é exatamente o que é feito...

Não recomendo o Clã Aranha. Estou colocando ele aqui por existir. O grande foco do clã é se aproveitar da corrupção das Terras Sombrias para adquirir poderes, mas fazer isso com frequência leva a perder o personagem para a corrupção, virando um NPC a serviço do Jigoku. É possível jogar com um personagem sem corrupção, mas a graça está mesmo em poder usar as escolas como devem ser (com benefícios pela mácula das Terras Sombrias).

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

CLÃS

CLÃS


Aqui vai uma explicação básica sobre cada grande clã e os ronin.

CARANGUEJO



Samurai do Clã Caranguejo.

"O valor de um samurai é medido pela qualidade de sua morte. Venha, deixe-me dar-lhe o seu merecido valor!"

Fundado por Hida, o mais forte e resistente das crianças do Sol e Lua, o clã Caranguejo tem a missão sagrada de defender o Império de Rokugan das Terras Sombrias, um local de conexão direta com o Jigoku (equivalente ao inferno). A história do clã está intimamente ligada com esse dever que resulta na luta interminável contra toda sorte de criatura que tenta invadir suas terras.

Como tal, o clã tende a uma mentalidade prática e marcial, ligando-se pouco aos aspectos mais tradicionais da alta cultura e diplomacia. Sua população é em geral dada a exercitar o corpo constantemente e a uma boa dose de humor negro, devido ao horror permanente que os espreita. São vistos muitas vezes como ignorantes, brutos e violentos, além de intimidadores. Mas algo que não se pode questionar é a bravura e efetividade de um samurai caranguejo em batalha.

Caranguejos raramente estão fora de seus deveres sagrados na grande muralha Kaiu, construída para deter o avanço das monstruosidades das Terras Sombrias. A principal diferença está na família de mercadores Yasuki, que funciona também como a diplomacia do clã. Eles são vitais para negociar os suprimentos necessários para manter o resto do Império em segurança, além de saberem como e onde conseguirem bens materiais que facilitariam uma negociação; outras exceções  estão entre os caçadores de bruxas da família Kuni e os caçadores de espíritos Toritaka, que vagam pelo Império procurando criaturas que escaparam de alguma maneira das Terras Sombrias ou investigando atividade fantasmagórica não necessariamente relacionada ao Jigoku.

DRAGÃO



Samurai do Clã Dragão.

"Os Dragões são calmos, como uma montanha no inverno, mas como todos os homens, eles podem ser enfurecidos. Não é uma visão agradável."

Entrincheirados nas suas montanhas do extremo norte, os samurais do Clã Dragão são misteriosos e enigmáticos. O clã foi fundado por Togashi, o filho de Sol e Lua mais próximo de compreender os segredos da Iluminação. 

Por sua natureza contemplativa, costumam permanecer em suas províncias e raramente interferem na política do Império, a menos que vejam o sinal de algum acontecimento importante, quando aparecem, participam de algo crucial e somem sem muitas explicações. O clã conta com suas próprias ordens monásticas que respondem diretamente ao Daimyo Togashi. Qualquer um pode entrar na ordem, desde que consiga escalar as maiores montanhas do Império e acessar um local visto por pouquíssimos fora do clã... Quando são vistos fora das montanhas, esses monges exibem estranhas tatuagens, que alguns dizem que pulsam com energia mística.

Seus bushi são notáveis pelo uso da técnica Niten, desenvolvida por Mirumoto, que consiste em utilizar a Katana e a Wakizashi em conjunto, ao invés dos tradicionais movimentos usando duas mãos com a Katana. São grandes duelistas no tradicional duelo de saque rápido, o Iaijutsu. Os duelistas costumam vagar o Império para testarem suas habilidades. Os cortesãos do clã, da família Kitsuki, também diferem do que é esperado: São grandes investigadores e treinados no combate, para desvendar falsidades e tramas de corte, investigar crimes e caçar criminosos.

ESCORPIÃO

 
Samurai do Clã Escorpião. 
 
"Todos usam máscaras. A diferença é que nós do Escorpião somos sinceros quanto a isso."

Os samurais do clã Escorpião carregam reputação de vilões, cruéis, desonrados e indignos de confiança. Bayushi, filho de Sol e Lua, recebeu a difícil missão do primeiro Imperador de Rokugan de guardar os segredos do Império e ser sua "mão escondida", fazendo o que nenhum outro samurai faria para proteger o trono: chantagem, manipulação, mentiras, assassinato, espionagem...

Todos os samurais do clã Escorpião usam máscaras, em lembrança a máscara que o fundador do clã usava. São itens pessoais levados bastante a sério que servem para diversos propósitos. Um escorpião pode usar um simples véu para realçar sua beleza, enquanto outro uma máscara elaborada que cobre o rosto inteiro, para esconder expressões faciais que poderiam colocá-lo em problemas ou para intimidar os outros. 

Os bushi do clã Escorpião usam de velocidade e manobras pouco ortodoxas para vencerem seus combates. O clã tem uma estimada trupe de teatro da família Shosuro, que faz aparições nas cortes. O cortesão do Escorpião usa das fraquezas de seus inimigos para conseguir o que quer: descobre segredos para chantagear, aproveita-se da ingenuidade para fazer samurais brigarem... Enfim, o que for necessário. No passado distante existiam rumores sobre sabotadores e ninjas servindo o Escorpião. Os Escorpiões admitiram o rumor e desmantelaram publicamente sua rede, mas muitos desconfiam que essa rede exista ainda hoje...

FÊNIX



Samurai-ko do Clã Fênix. 

"É simples. Basta alinhar sua mente ao padrão correto e seu corpo corresponderá."

Tradicionalistas e religiosos, o clã Fênix tem contato muito forte com o magia, que se manifesta através de preces. A devoção lhes dá um maior apreço pela vida e pela paz, o que lhes confere tempo para estudar os mistérios dos elementos em suas vastas bibliotecas. 

 Por sua natureza pacifista, costumam ter uma quantidade um pouco maior de samurais dedicados à arte e cultura, especialmente para a cerimônia do chá. Pela filosofia do aprimoramento mental, seus cortesãos utilizam dos conhecimentos adquiridos do clã para dar-lhes vantagens em disputas sociais através de argumentos históricos presentes em situações documentadas.

O conselho elemental do clã está entre os Shugenja mais poderosos do Império. Shiba, o mais inteligente dos filhos de Sol e Lua fundou o clã, e jurou solenemente proteger a religião. Assim sendo, os bushi costumam ser guarda-costas para a família Isawa, que produz Shugenja como nenhuma outra em Rokugan. Até mesmo os bushi manifestam alguma conexão mística em seus atos, quando concentram suas energias.


GARÇA


Samurai-ko do Clã Garça.

"Eu preciso de apenas um golpe."

O clã Garça foi fundando pela refinada Dama Doji, filha de Sol e Lua. O dever de seus samurais consiste em preservar a cultura e a tradição do Império. Como tal, é um clã muito próximo das cortes e das artes, com samurais de tato e educação. É também um clã bastante rico, sendo seus opulentos palácios apenas uma confirmação. O código de honra samurai é seguido de maneira rigorosa dentro do clã, sendo considerado sinal de excelência. 

Muitos dos costumes Rokugani foram desenvolvidos pelo clã Garça, inclusive a arte do Iaijutsu, duelo de saque rápido usado em disputas formais. A escola Kakita de Iaijutsu é a mais renomada no Império, produzindo muitos duelistas famosos. Seus cortesãos conhecem intimamente a cultura dos clãs e sabem agradar e influenciar até mesmo o mais obtuso dos samurais, tendo aliados e amigos em qualquer parte.

Apesar da aparência pacífica, o clã teve sua cota de batalhas pela história do Império. A família Daidoji, conhecida como os "Garças de Ferro", é a primeira linha de defesa e ataque do clã, servindo tanto na guerra quanto como guarda-costas de seus primos de clã pouco voltados para a proeza marcial.

LEÃO


Samurai-ko do clã Leão.

"Você pode ter notado a espada, mas honra é minha lâmina. Qualquer aço jamais será tão forte."

 Orgulhoso e honrado, o clã Leão é o de maior tradição militar no Império. O filho de Sol e Lua chamado Akodo, fundador do clã, foi o maior estrategista que já andou por Rokugan.Como é o clã mais populoso e militarista, os samurais do Leão colecionaram muitas guerras contra os clãs, e antigas rivalidades ainda estão vivas na mente de seu povo.

O clã tem grande reverência por seus heróis do passado e os Shugenja da família Kitsu compartilham uma boa afinidade com os shiryo, os ancestrais honrados, sendo capazes de interagir com eles. Treinados em táticas de combate em massa e sendo defensores rigorosos do código de honra samurai, os bushi do Leão adotam estratégia e a força da honra para derrotarem seus inimigos.

A família matriarcal Matsu destaca-se dentro do clã, sendo combates ferozes e implacáveis, como as leoas do reino animal. Os cortesãos do clã são os Omoidasu, os bardos do Império. Numa sociedade de tradição e história, elevar ou denegrir alguém é uma ferramenta política forte, bem como lembrar que ancestrais aprovariam ou desaprovariam certos cursos de ação.

LOUVA-A-DEUS



Samurai do Clã Louva-a-deus.
"Agora, e para todo o sempre, somos um grande clã!"
O Clã Louva-a-deus é o único grande clã que não foi fundado por descendentes diretos de Sol e Lua. Teve seu início como um clã menor, possivelmente o mais antigo deles. Seu fundador foi Kaimetsu-Uo, filho de Hida Osano-wo (por sua vez filho do primeiro Hida) e Matsu Kyoda do Leão. Quando Osano-wo escolheu seu outro filho como sucessor do Clã Caranguejo, que era julgado como bastardo por Matsu Kyoda, ela e seu filho Kaimetsu-Uo partiram para as distantes ilhas da seda e temperos e lá fundaram o Louva-a-deus.

Por viverem num arquipélago, o Louva-a-deus desenvolveu uma rica tradição naval e separado dos grandes clãs criou artes nada ortodoxas de combate, como o uso de utensílios camponeses como o Kama em pares, simulando as patas do inseto louva-a-deus. O clã tornou-se extremamente rico com os bens produzidos na ilha e ganharam a reputação de oportunistas, mercenários e piratas. Seus cortesãos são conhecidos por empregar a intimidação e ameaças para subjugarem os fracos de vontade e quebrar a determinação dos fortes.

Aproximadamente meio século atrás, num período de extrema turbulência no Império, o então Daimyo do clã, Yoritomo, fundou uma aliança de clãs menores que teve importante papel nas batalhas ocorridas. Usando seu novo poder militar e político, pressionou para que o Louva-a-deus adquirisse status de grande clã, recebendo o nome de família Yoritomo e incorporando tanto os mestres arqueiros do clã menor Vespa quanto os Shugenja do Sol do clã menor Centopéia como novas famílias. Mais tarde, seus descendentes receberam o recluso e místico clã menor da Raposa. Por terem famílias de orientações diferentes, talvez o Louva-a-deus seja o mais diverso dos clãs.

UNICÓRNIO


 
 Samurai-ko do Clã Unicórnio

"Nós somos o povo dos quatro ventos!"


O clã Unicórnio foi fundado pela Dama Shinjo, filha de Sol e Lua. É um clã de costumes muito diferentes do restante de Rokugan, devido a sua história de peregrinação. Shinjo, na criação de seu clã, Ki-Rin, recebeu a tarefa de explorar além das bordas do Império. Seu clã o fez por 800 anos, voltando com estranhos costumes estrangeiros e agora atendendo pelo nome de Unicórnio. Suas peregrinações os levaram por desertos, estepes e reinos distantes, e trouxeram consigo equipamento nunca antes visto.

Apesar de estar presente novamente no Império por alguns séculos, o Unicórnio nunca se adaptou totalmente aos costumes originais, passando problemas para entenderem os intrincados protocolos das cortes. É um clã de viajantes, conhecido por ter a melhor cavalaria do Império e pelo forte senso de justiça, derivado de sua distância de tramas políticas por muito tempo.

O clã tem uma família gaijin, os Moto, que assumiram o comando do clã a meio século atrás. Seu Daimyo usa o título das estepes, Khan. Os bushi do Unicórnio incorporam táticas gaijin e uso de cavalaria para seu benefício. O clã tem uma família matriarcal, Utaku, com uma escola de Shiotome, Damas de Batalha, que formam as tropas de cavalaria de elite. Os cortesãos do clã aprenderam nas suas viagens que a paz é essencial para manter seus membros vivos, trabalhando exclusivamente na solução de conflitos, na questão de evitar brechas de etiqueta com grupos desconhecidos e se assegurando que o sangue permaneça no seu lugar de direito, e não esparramado pelo chão.

RONIN





Um Ronin.

"Mostre-me um ronin que seja igual a outro, e eu lhe direi minha opinião sobre eles." 

Os Ronin, literalmente "homens-das-ondas", são samurais sem clã. A maioria dos samurais os ignora, alguns poucos sentem pena, outros os usam como tropas descartáveis. Existem contos sobre heroicos ronin que sublimaram sua condição e foram aceitos nos clãs ou até receberam honrarias maiores; mas para cada um desses, existem dez mil que morreram e foram esquecidos completamente na história do Império.

O papel do samurai é servir, e o ronin é um aberração social, um samurai sem lorde. Pelo lado positivo, ele não precisa seguir os desígnios deste ou daquele clã. Como a onda, ele simplesmente segue adiante, para o próximo trabalho. Pelo lado negativo, todo samurai de clã tem uma família que o apoie e lhe dê o que comer, o que vestir, o que aprender e pelo que lutar. O ronin não tem nada disso. Muitos acabam tendo que trabalhar como camponeses por seu sustento ou entrando numa vida de bandidagem.

Existem algumas maneiras de um ronin existir: Primeiro, ele pode ter nascido ronin, provavelmente de outro ronin que lhe passou suas velhas armas e armaduras ou o filho ilegítimo de um samurai de clã, que não o assumiu mas lhe proveu o básico para manter a casta samurai. Outra maneira é ter sido expulso de um clã. Vale dizer que a vergonha associada com a expulsão é pior do que o seppuku, suicídio ritual, onde o lorde julgou a ofensa tão grave que nem o suicídio removeria a mancha, condenando o samurai a uma vida de desgraça. A menos comum das maneiras é quando um lorde morre e nenhum outro lorde se apresenta para tomar conta do samurai (este samurai deve provavelmente ser notoriamente insubordinado ou inepto), neste caso ele se torna ronin. Um caso possível é o samurai decidir caçar o assassino de seu lorde, tornando-se ronin por vingança. Outra possibilidade é de um camponês roubar os equipamentos de um samurai, muito comumente após uma grande batalha, e assumir a vida de ronin. Esse último caso raramente tem grande duração, pois os costumes dos samurai são radicalmente diferentes do campesinato e uma fraude camponesa é rapidamente detectada.

Existe também o Musha Shugyo, a peregrinação. Um samurai pode, normalmente no início de sua carreira, declarar uma peregrinação para seu aperfeiçoamento pessoal. Com a permissão de seu lorde, o samurai deixa seu clã como um ronin, nunca podendo usar seu verdadeiro nome ou procurar por suas antigas amizades e contados, tendo de depender de suas próprias habilidades. O samurai decide quando sua peregrinação acaba, para então voltar ao seu papel no clã.

O treinamento de um ronin é altamente variável. Ele pode se juntar com irmandades ronin para aprender alguma técnica rudimentar estabelecida, depender do que aprendeu no clã antes de ser expulso ou, no caso de muitos, tentar sobreviver apenas com o que a vida lhe ensinar.

domingo, 26 de janeiro de 2014

ESCOLAS

ESCOLAS


O termo "escola" indica algum tipo de instrução formal que o personagem recebe, recebeu ou está recebendo em sua vida. Ela pode vir de um tradicional e famoso dojo de um dos grandes clãs, de um tutor particular, de um templo, de uma irmandade de ronin e de vários outros lugares. Em raros casos, pode indicar um novo estilo desenvolvido pelo personagem, após décadas de prática e pesquisa. As escolas definem a carreira escolhida: artesão, bushi, cortesão, monge, ninja e shugenja.


Artesão




Um artesão do clã Garça.

A escola do artesão engloba tanto aqueles que dedicam sua vida para a arte (músicos, pintores, escultores, poetas, atores e outros) como aqueles que trabalham com matéria-prima para obterem mercadorias (ferreiros, carpinteiros etc).

É mais comum encontrar artesãos fora da casta samurai, inclusive compondo uma casta dentre os camponeses. Apesar disso, a arte é muito estimada no Império pela sua capacidade de imortalizar feitos importantes e por ser sinal de educação, riqueza e refinamento. Não é tão raro encontrar um samurai que pratique alguma arte como poesia ou oratória em conjunto com seu estudo formal, mas alguns seletos dedicam-se inteiramente para a arte. Seus trabalhos têm uma alta demanda na esfera de presentes para samurais de prestígio, comissões para embelezar casas, palácios e castelos, apresentações em cortes, épicos sobre batalhas e manufatura de armas e armaduras.

O refinado e tradicional clã Garça é conhecido pela proeza de seus artesãos, sendo a fundadora do clã, a Dama Doji, a primeira patrona das artes no Império. O pacífico clã Fênix conta com sua própria escola de artesãos. O clã Escorpião tem uma escola dedicada para o teatro, apesar de normalmente usar seus atores de maneira... Criativa. Por fim, o clã Caranguejo tem uma escola de engenheiros que se especializa em criação de máquinas de guerra e outros equipamentos para samurai.


Bushi



 Bushi do Clã Leão.

O bushi é o guerreiro da casta samurai. São eles que fazem as guerras, protegendo e atacando em nome de seus lordes, os Daimyo. É considerada a ocupação mais valorosa que um samurai pode vir a ter, o que a torna a mais comum nos clãs do Império. Todos os grandes clãs contam com antigas e tradicionais escolas de bushi, assim como alguns clãs menores também e até mesmo certos grupos ronin. Mais do que qualquer outra carreira, a de bushi é a mais romantizada, dada a natureza belicosa da casta samurai. Estrategistas, guarda-costas, caçadores de malfeitores e bandidos lendários costumam ser bushi.

Cada clã têm escolas de bushi que refletem sua filosofia: algumas prezam agilidade, outras precisão, força física, táticas pouco convencionais ou combinações destes e outros elementos.


Cortesão

 


Uma cortesã do clã Dragão.

As cortes, lugares onde as grandes decisões políticas são tomadas, são também um tipo de guerra. A estabilidade de um clã ou a honra de um grupo de samurais pode muito bem depender da habilidade de um cortesão. O cortesão é um samurai treinado nas normas e costumes políticos do Império, tendo inúmeras utilidades até mesmo fora de seu ambiente típico. Administradores, ministros, conselheiros e magistrados são cargos costumeiros para um cortesão. A atual Imperatriz, Iweko I, era originalmente uma cortesã antes de assumir o trono.

Todos os grandes clãs contam com uma escola para cortesãos, que variam também conforme sua filosofia. Existem aqueles que persuadem graciosamente, que manipulam, que intimidam, que chantageiam, ou até mesmo aqueles especializados em detectar falsidades e tramas ocultas.


Monge




Um monge da Irmandade de Shinsei.

Os monges são camponeses, mas ocupam lugar de reverência especial na estrutura social do Império. É através deles que se dá efetivamente a manutenção da religião, um misto de adoração às Fortunas (entidades celestiais), reverência aos Ancestrais (mortos honrados), respeito aos espíritos da natureza (os kami dos cinco elementos) e o Tao de Shinsei (a filosofia de busca pela iluminação deixada pelo fundador da Irmandade no início do Império). Existem diversas escolas de monges de características variadas, desde os monges militantes, passando pelos monges urbanos e chegando aos que contemplam reclusos em seus monastérios isolados.

Existem dois casos especiais para monges da casta samurai: ao completarem certa idade e geralmente em tempos de paz, samurais se aposentam e tornam-se monges e monjas, para levarem uma vida de contemplação e deixarem a nova geração cuidar do Império. O outro caso são as enigmáticas ordens monásticas do clã Dragão, que usam estranhas tatuagens que lhe concedem habilidades sobrenaturais. Os monges também tem acesso aos kiho, um desdobramento da força do chi que é capaz de criar efeitos variados. Essa canalização de energia pode resultar em proeza marcial, alteração no equilibro dos elementos e muito mais.


Ninja



Uma ninja.

O termo ninja define uma escola especializada em infiltração, sabotagem, espionagem e outros afazeres que nenhum samurai honrado faria. Naturalmente, nem todos os ninja vestem pijamas pretos e pulam de telhado em telhado arremessando shurikens e bombas de fumaça. Esta é somente a concepção do senso comum do Império. Aliás, são os ninjas iniciantes e dispensáveis fazem todo esse estardalhaço, para atrair atenção enquanto o verdadeiro ninja faz seu trabalho... Com algumas exceções.

Os ninjas contam com uma terrível reputação: Assassinos desonrados que bebem sangue de bebês em rituais profanos para Aquele Que Não Deve Ser Nomeado. Apesar da superstição em relação a eles, ninjas dificilmente contam com algo místico em suas capacidades. São mestres das sombras, silenciosos e dissimulados. Certos clãs, como o Escorpião, levantam suspeitam de terem uma "rede ninja"... Mas são só boatos. Uma variante é  o espião militar do clã Leão, que se passa por outro samurai para ter informações sobre os inimigos de seu Daimyo.


Shugenja






Uma Shugenja do Clã Fênix.

A palavra Shugenja têm significados religiosos variados: Pessoa Sagrada, Sacerdote, entre outros. Um Shugenja é alguém que ao nascer atrai o interesse dos kami, espíritos elementais que formam a composição de todas as coisas. Sua íntima ligação natural e fé permitam que suas orações criem efeitos mágicos impressionantes usando dos cinco elementos. Lançar uma rajada violenta de fogo, conceder a um bushi a mobilidade e força de um rio agitado, ascender em pleno voo levado por espíritos do ar, criar uma carapaça mística com a resiliência da terra ou ter visões através do vazio são propriedades exclusivas dos Shugenja. Como não podem ser "iniciados" na magia, apenas desenvolver habilidades naturais de nascimento, eles são o tipo mais raro de samurai e bastante respeitados por seu papel religioso.

Cada grande clã tem uma escola de Shugenja especializada em algum elemento, com exceção do clã Fênix, que tem os Shugenja mais numerosos do Império, podendo escolher sua especialidade. Alguns clã menores contam com escolas de Shugenja, e também os Ronin e até mesmo camponeses podem manifestar dotes (os kami são alheios a estrutura social, afinal) apesar destes raramente desenvolverem algo além da empatia natural com os elementos, dadas as dificuldades de sua posição social.