CLÃS
Aqui vai uma explicação básica sobre cada grande clã e os ronin.
CARANGUEJO
Samurai do Clã Caranguejo.
"O valor de um samurai é medido pela qualidade de sua morte. Venha, deixe-me dar-lhe o seu merecido valor!"
Fundado por Hida, o mais forte e resistente das crianças do Sol e Lua, o clã Caranguejo tem a missão sagrada de defender o Império de Rokugan das Terras Sombrias, um local de conexão direta com o Jigoku (equivalente ao inferno). A história do clã está intimamente ligada com esse dever que resulta na luta interminável contra toda sorte de criatura que tenta invadir suas terras.
Como tal, o clã tende a uma mentalidade prática e marcial, ligando-se pouco aos aspectos mais tradicionais da alta cultura e diplomacia. Sua população é em geral dada a exercitar o corpo constantemente e a uma boa dose de humor negro, devido ao horror permanente que os espreita. São vistos muitas vezes como ignorantes, brutos e violentos, além de intimidadores. Mas algo que não se pode questionar é a bravura e efetividade de um samurai caranguejo em batalha.
Caranguejos raramente estão fora de seus deveres sagrados na grande muralha Kaiu, construída para deter o avanço das monstruosidades das Terras Sombrias. A principal diferença está na família de mercadores Yasuki, que funciona também como a diplomacia do clã. Eles são vitais para negociar os suprimentos necessários para manter o resto do Império em segurança, além de saberem como e onde conseguirem bens materiais que facilitariam uma negociação; outras exceções estão entre os caçadores de bruxas da família Kuni e os caçadores de espíritos Toritaka, que vagam pelo Império procurando criaturas que escaparam de alguma maneira das Terras Sombrias ou investigando atividade fantasmagórica não necessariamente relacionada ao Jigoku.
DRAGÃO
Samurai do Clã Dragão.
"Os Dragões são calmos, como uma montanha no inverno, mas como todos os homens, eles podem ser enfurecidos. Não é uma visão agradável."
Entrincheirados nas suas montanhas do extremo norte, os samurais do Clã Dragão são misteriosos e enigmáticos. O clã foi fundado por Togashi, o filho de Sol e Lua mais próximo de compreender os segredos da Iluminação.
Por sua natureza contemplativa, costumam permanecer em suas províncias e raramente interferem na política do Império, a menos que vejam o sinal de algum acontecimento importante, quando aparecem, participam de algo crucial e somem sem muitas explicações. O clã conta com suas próprias ordens monásticas que respondem diretamente ao Daimyo Togashi. Qualquer um pode entrar na ordem, desde que consiga escalar as maiores montanhas do Império e acessar um local visto por pouquíssimos fora do clã... Quando são vistos fora das montanhas, esses monges exibem estranhas tatuagens, que alguns dizem que pulsam com energia mística.
Seus bushi são notáveis pelo uso da técnica Niten, desenvolvida por Mirumoto, que consiste em utilizar a Katana e a Wakizashi em conjunto, ao invés dos tradicionais movimentos usando duas mãos com a Katana. São grandes duelistas no tradicional duelo de saque rápido, o Iaijutsu. Os duelistas costumam vagar o Império para testarem suas habilidades. Os cortesãos do clã, da família Kitsuki, também diferem do que é esperado: São grandes investigadores e treinados no combate, para desvendar falsidades e tramas de corte, investigar crimes e caçar criminosos.
ESCORPIÃO
Samurai do Clã Escorpião.
"Todos usam máscaras. A diferença é que nós do Escorpião somos sinceros quanto a isso."
Os samurais do clã Escorpião carregam reputação de vilões, cruéis, desonrados e indignos de confiança. Bayushi, filho de Sol e Lua, recebeu a difícil missão do primeiro Imperador de Rokugan de guardar os segredos do Império e ser sua "mão escondida", fazendo o que nenhum outro samurai faria para proteger o trono: chantagem, manipulação, mentiras, assassinato, espionagem...
Todos os samurais do clã Escorpião usam máscaras, em lembrança a máscara que o fundador do clã usava. São itens pessoais levados bastante a sério que servem para diversos propósitos. Um escorpião pode usar um simples véu para realçar sua beleza, enquanto outro uma máscara elaborada que cobre o rosto inteiro, para esconder expressões faciais que poderiam colocá-lo em problemas ou para intimidar os outros.
Os bushi do clã Escorpião usam de velocidade e manobras pouco ortodoxas para vencerem seus combates. O clã tem uma estimada trupe de teatro da família Shosuro, que faz aparições nas cortes. O cortesão do Escorpião usa das fraquezas de seus inimigos para conseguir o que quer: descobre segredos para chantagear, aproveita-se da ingenuidade para fazer samurais brigarem... Enfim, o que for necessário. No passado distante existiam rumores sobre sabotadores e ninjas servindo o Escorpião. Os Escorpiões admitiram o rumor e desmantelaram publicamente sua rede, mas muitos desconfiam que essa rede exista ainda hoje...
FÊNIX
Samurai-ko do Clã Fênix.
"É simples. Basta alinhar sua mente ao padrão correto e seu corpo corresponderá."
Tradicionalistas e religiosos, o clã Fênix tem contato muito forte com o magia, que se manifesta através de preces. A devoção lhes dá um maior apreço pela vida e pela paz, o que lhes confere tempo para estudar os mistérios dos elementos em suas vastas bibliotecas.
Por sua natureza pacifista, costumam ter uma quantidade um pouco maior de samurais dedicados à arte e cultura, especialmente para a cerimônia do chá. Pela filosofia do aprimoramento mental, seus cortesãos utilizam dos conhecimentos adquiridos do clã para dar-lhes vantagens em disputas sociais através de argumentos históricos presentes em situações documentadas.
O conselho elemental do clã está entre os Shugenja mais poderosos do Império. Shiba, o mais inteligente dos filhos de Sol e Lua fundou o clã, e jurou solenemente proteger a religião. Assim sendo, os bushi costumam ser guarda-costas para a família Isawa, que produz Shugenja como nenhuma outra em Rokugan. Até mesmo os bushi manifestam alguma conexão mística em seus atos, quando concentram suas energias.
GARÇA
"Eu preciso de apenas um golpe."
O clã Garça foi fundando pela refinada Dama Doji, filha de Sol e Lua. O dever de seus samurais consiste em preservar a cultura e a tradição do Império. Como tal, é um clã muito próximo das cortes e das artes, com samurais de tato e educação. É também um clã bastante rico, sendo seus opulentos palácios apenas uma confirmação. O código de honra samurai é seguido de maneira rigorosa dentro do clã, sendo considerado sinal de excelência.
Muitos dos costumes Rokugani foram desenvolvidos pelo clã Garça, inclusive a arte do Iaijutsu, duelo de saque rápido usado em disputas formais. A escola Kakita de Iaijutsu é a mais renomada no Império, produzindo muitos duelistas famosos. Seus cortesãos conhecem intimamente a cultura dos clãs e sabem agradar e influenciar até mesmo o mais obtuso dos samurais, tendo aliados e amigos em qualquer parte.
Apesar da aparência pacífica, o clã teve sua cota de batalhas pela história do Império. A família Daidoji, conhecida como os "Garças de Ferro", é a primeira linha de defesa e ataque do clã, servindo tanto na guerra quanto como guarda-costas de seus primos de clã pouco voltados para a proeza marcial.
LEÃO
Samurai-ko do clã Leão.
"Você pode ter notado a espada, mas honra é minha lâmina. Qualquer aço jamais será tão forte."
Orgulhoso e honrado, o clã Leão é o de maior tradição militar no Império. O filho de Sol e Lua chamado Akodo, fundador do clã, foi o maior estrategista que já andou por Rokugan.Como é o clã mais populoso e militarista, os samurais do Leão colecionaram muitas guerras contra os clãs, e antigas rivalidades ainda estão vivas na mente de seu povo.
O clã tem grande reverência por seus heróis do passado e os Shugenja da família Kitsu compartilham uma boa afinidade com os shiryo, os ancestrais honrados, sendo capazes de interagir com eles. Treinados em táticas de combate em massa e sendo defensores rigorosos do código de honra samurai, os bushi do Leão adotam estratégia e a força da honra para derrotarem seus inimigos.
A família matriarcal Matsu destaca-se dentro do clã, sendo combates ferozes e implacáveis, como as leoas do reino animal. Os cortesãos do clã são os Omoidasu, os bardos do Império. Numa sociedade de tradição e história, elevar ou denegrir alguém é uma ferramenta política forte, bem como lembrar que ancestrais aprovariam ou desaprovariam certos cursos de ação.
LOUVA-A-DEUS
Samurai do Clã Louva-a-deus.
"Agora, e para todo o sempre, somos um grande clã!"
O Clã Louva-a-deus é o único grande clã que não foi fundado por descendentes diretos de Sol e Lua. Teve seu início como um clã menor, possivelmente o mais antigo deles. Seu fundador foi Kaimetsu-Uo, filho de Hida Osano-wo (por sua vez filho do primeiro Hida) e Matsu Kyoda do Leão. Quando Osano-wo escolheu seu outro filho como sucessor do Clã Caranguejo, que era julgado como bastardo por Matsu Kyoda, ela e seu filho Kaimetsu-Uo partiram para as distantes ilhas da seda e temperos e lá fundaram o Louva-a-deus.
Por viverem num arquipélago, o Louva-a-deus desenvolveu uma rica tradição naval e separado dos grandes clãs criou artes nada ortodoxas de combate, como o uso de utensílios camponeses como o Kama em pares, simulando as patas do inseto louva-a-deus. O clã tornou-se extremamente rico com os bens produzidos na ilha e ganharam a reputação de oportunistas, mercenários e piratas. Seus cortesãos são conhecidos por empregar a intimidação e ameaças para subjugarem os fracos de vontade e quebrar a determinação dos fortes.
Aproximadamente meio século atrás, num período de extrema turbulência no Império, o então Daimyo do clã, Yoritomo, fundou uma aliança de clãs menores que teve importante papel nas batalhas ocorridas. Usando seu novo poder militar e político, pressionou para que o Louva-a-deus adquirisse status de grande clã, recebendo o nome de família Yoritomo e incorporando tanto os mestres arqueiros do clã menor Vespa quanto os Shugenja do Sol do clã menor Centopéia como novas famílias. Mais tarde, seus descendentes receberam o recluso e místico clã menor da Raposa. Por terem famílias de orientações diferentes, talvez o Louva-a-deus seja o mais diverso dos clãs.
UNICÓRNIO
Samurai-ko do Clã Unicórnio
"Nós somos o povo dos quatro ventos!"
"Nós somos o povo dos quatro ventos!"
O clã Unicórnio foi fundado pela Dama Shinjo, filha de Sol e Lua. É um clã de costumes muito diferentes do restante de Rokugan, devido a sua história de peregrinação. Shinjo, na criação de seu clã, Ki-Rin, recebeu a tarefa de explorar além das bordas do Império. Seu clã o fez por 800 anos, voltando com estranhos costumes estrangeiros e agora atendendo pelo nome de Unicórnio. Suas peregrinações os levaram por desertos, estepes e reinos distantes, e trouxeram consigo equipamento nunca antes visto.
Apesar de estar presente novamente no Império por alguns séculos, o Unicórnio nunca se adaptou totalmente aos costumes originais, passando problemas para entenderem os intrincados protocolos das cortes. É um clã de viajantes, conhecido por ter a melhor cavalaria do Império e pelo forte senso de justiça, derivado de sua distância de tramas políticas por muito tempo.
O clã tem uma família gaijin, os Moto, que assumiram o comando do clã a meio século atrás. Seu Daimyo usa o título das estepes, Khan. Os bushi do Unicórnio incorporam táticas gaijin e uso de cavalaria para seu benefício. O clã tem uma família matriarcal, Utaku, com uma escola de Shiotome, Damas de Batalha, que formam as tropas de cavalaria de elite. Os cortesãos do clã aprenderam nas suas viagens que a paz é essencial para manter seus membros vivos, trabalhando exclusivamente na solução de conflitos, na questão de evitar brechas de etiqueta com grupos desconhecidos e se assegurando que o sangue permaneça no seu lugar de direito, e não esparramado pelo chão.
RONIN
Um Ronin.
"Mostre-me um ronin que seja igual a outro, e eu lhe direi minha opinião sobre eles."
Os Ronin, literalmente "homens-das-ondas", são samurais sem clã. A maioria dos samurais os ignora, alguns poucos sentem pena, outros os usam como tropas descartáveis. Existem contos sobre heroicos ronin que sublimaram sua condição e foram aceitos nos clãs ou até receberam honrarias maiores; mas para cada um desses, existem dez mil que morreram e foram esquecidos completamente na história do Império.
O papel do samurai é servir, e o ronin é um aberração social, um samurai sem lorde. Pelo lado positivo, ele não precisa seguir os desígnios deste ou daquele clã. Como a onda, ele simplesmente segue adiante, para o próximo trabalho. Pelo lado negativo, todo samurai de clã tem uma família que o apoie e lhe dê o que comer, o que vestir, o que aprender e pelo que lutar. O ronin não tem nada disso. Muitos acabam tendo que trabalhar como camponeses por seu sustento ou entrando numa vida de bandidagem.
Existem algumas maneiras de um ronin existir: Primeiro, ele pode ter nascido ronin, provavelmente de outro ronin que lhe passou suas velhas armas e armaduras ou o filho ilegítimo de um samurai de clã, que não o assumiu mas lhe proveu o básico para manter a casta samurai. Outra maneira é ter sido expulso de um clã. Vale dizer que a vergonha associada com a expulsão é pior do que o seppuku, suicídio ritual, onde o lorde julgou a ofensa tão grave que nem o suicídio removeria a mancha, condenando o samurai a uma vida de desgraça. A menos comum das maneiras é quando um lorde morre e nenhum outro lorde se apresenta para tomar conta do samurai (este samurai deve provavelmente ser notoriamente insubordinado ou inepto), neste caso ele se torna ronin. Um caso possível é o samurai decidir caçar o assassino de seu lorde, tornando-se ronin por vingança. Outra possibilidade é de um camponês roubar os equipamentos de um samurai, muito comumente após uma grande batalha, e assumir a vida de ronin. Esse último caso raramente tem grande duração, pois os costumes dos samurai são radicalmente diferentes do campesinato e uma fraude camponesa é rapidamente detectada.
Existe também o Musha Shugyo, a peregrinação. Um samurai pode, normalmente no início de sua carreira, declarar uma peregrinação para seu aperfeiçoamento pessoal. Com a permissão de seu lorde, o samurai deixa seu clã como um ronin, nunca podendo usar seu verdadeiro nome ou procurar por suas antigas amizades e contados, tendo de depender de suas próprias habilidades. O samurai decide quando sua peregrinação acaba, para então voltar ao seu papel no clã.
O treinamento de um ronin é altamente variável. Ele pode se juntar com irmandades ronin para aprender alguma técnica rudimentar estabelecida, depender do que aprendeu no clã antes de ser expulso ou, no caso de muitos, tentar sobreviver apenas com o que a vida lhe ensinar.
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